PAS.LIMA
TODOS PELA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE!
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
O ESPAÇO ESCOLAR COMO EIXO DE REFLEXÃO
A escola reflete o meio no qual está inserida, exercendo influências no comportamento daqueles que fazem parte dela. Para tanto antes de fazermos qualquer tipo de análise sobre uma determinada turma, é necessário analisarmos a escola e entendermos que essa é um espaço de construção social. Pressupõe compreender as questões que rodeiam o seu dia-a-dia. Os sujeitos que dela fazem parte não devem ser passivos à sua condição, portanto, trata-se de entender as relações que envolvem conflitos, negociações e suas próprias questões.
O processo educativo é inacabado, implica renovação de possibilidades, desconstruírem o velho, e passar a produzir o novo, estar sempre em busca de desafios, resgatar os papéis sociais ativos das pessoas que a compõe, seja no seu meio social ou na vida escolar.
A escola como espaço sócio-cultural, além de promover essa discussão, tem que entender os conjuntos de normas e regras da sociedade, para que possa transmitir aos alunos, a busca ou delimitação de seus próprios atos para o exercício da cidadania.
Os alunos são a maior e a parte mais importante dos sujeitos que fazem parte da escola. Vão à escola com as mesmas expectativas e necessidades de sempre: conhecer o novo. São considerados igualmente alunos, independentes de suas características físicas, sexo, origem social, idade e outros fatores.
A escola tem como função garantir o livre acesso aos conhecimentos acumulados pela sociedade, como tal utiliza métodos e materiais para transmitir esses conhecimentos para que os alunos possam assimilá-los.
A crítica que se faz no processo ensino/aprendizagem é de que a instituição escolar não pode homogeneizar suas estratégias e propostas educativas, já que todos nós, inclusive os alunos tem cada um, características peculiares e origens sociais diferentes, e que se esses fatores forem ignorados poderá resultar, - e muitas vezes é o que acontece - no seu fracasso. O desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, dos alunos não será possível se a instituição escolar desconsiderar esses fatores, uniformizando seus alunos, sem compreender sua historicidade, suas visões de mundo, suas individualidades, suas experiências de vida, a cultura, ou aquilo que deles são próprios.
A educação pode está presente nas mais diferentes situações e contextos sociais, empregado num determinado momento histórico. A exemplificar, as instituições que fazem parte da sociedade, na escola, na igreja, na família, no trabalho e etc.
Ainda no âmbito educacional, a termos de diversidade cultural, a escola implica também questões de poderes, ou seja, questões políticas ideológicas que asseguram acessos diferenciados as informações, promovendo o que poderíamos chamar de interesses sociais distribuídos de forma desigual à população.
A escola entendida como contexto sócio-histórico-cultural concreto, e a razão para os alunos estarem nela, está na busca de um plano ou projeto que trace o seu futuro. A escola é a parte do projeto dos alunos.
Quanto à estrutura física da instituição escolar, composta por conjuntos de salas de aula, corredores, cantina, pátio, salas dos professores, cada um desses tem uma função, com o intuito de desenvolver as relações pedagógicas e educativas da escola. Expressam expectativas de comportamento dos sujeitos que a constitui.
A instituição escolar possibilita que o seu espaço seja uma forma de encontro entre pessoas que aprendem a conviver com diferenças, possibilita uma vivência em grupo, para lidar com diferenças, conflitos, distintos ao cotidiano desses alunos fora da instituição escolar.
A escola como espaço sócio-cultural ao mesmo tempo em que lhe dá com situações no seu cotidiano em salas de aulas, tem o compromisso de promover a conexão dos conteúdos dados na classe e no extraclasse, com atividades que venham a contribuir para tornar a escola um espaço de cultura, prazer, lazer, reforço da auto-estima, articulados a realidades desses alunos e da sociedade, principalmente do seu convívio mais próximo, o seu bairro.
Nesse contexto o professor como mediador da aprendizagem tem que sentir-se sempre desafiado a repensar sua metodologia, sua prática docente, de forma a considerar as características e singularidades de cada aluno com a intenção de que eles desenvolvam integralmente suas capacidades e habilidades cognitivo-afetivas.
O professor, portanto deve refletir suas situações didáticas, uma vez que essas se constituem num corpo de conhecimento de forma organizada, planejada, deliberada, escalonada em etapas, produzindo assim transformações no aprendiz para que ele desenvolva processualmente valores para a construção de uma sociedade justa, igualitária, e que percebam que o exercício da cidadania implica tomar decisões conscientes, ser participativo, instrumentalizá-lo para compreender que as relações sociais se fazem por processos históricos, e que o ler, interpretar e escrever o leva a apropriação de conhecimentos que dele nunca serão retirados e que irá auxiliá-lo a tornarem-se sujeitos com autonomia.
O currículo é o meio pelo qual se dá o acesso aos saberes selecionados e organizados de acordo com os propósitos da sociedade, com as orientações oficiais e com as intenções da escola para desenvolver o ensino e a aprendizagem. (SÁ, 2010, P. 1).
Concordando com o apontamento feito por Sá (2010), o currículo tem em si questões de poder, ideologia e cultura, porém esses devem ser intencionados aos sujeitos que fazem parte da escola com o objetivo maior de desenvolver principalmente nos alunos um sentido significativo para que ele provoque o efeito esperado de contribuição na construção e formação cidadã.
A didática nesse âmbito assume como garantia o seu compromisso com a Educação, seja em seus problemas políticos, financiamento, questões de organização, administração, planejamento, todos os temas ou fatos que perpassam o ensino.
A didática sustenta-se na avaliação, execução desses, no planejamento e concepções que reconhecem no desenvolvimento humano a confluência de fatores internos e externos como mencionam Carvalho e Castro (2002, p. 26).
O planejamento é um processo evolutivo, que se desenvolve numa sequência dinâmica e progressiva, torna-se importante estudar e analisar cada uma das etapas do planejamento, na sua ordem lógica para podermos entender a sua estrutura e organização funcional. (MENEGOLLA e SANTANA, 1991).
O planejamento traduz-se numa sondagem entre os alunos, professores, escola e comunidade, tem objetivos definidos e delimitados, implica na seleção dos conteúdos a ser ensinados, procedimentos didáticos a serem utilizados para consecução dos objetivos, na seleção e organização dos recursos didáticos e no processo de avaliação que é a última etapa do processo de ensino-aprendizagem e detêm uma grande importância.
Planejar, portanto, abrange não somente os conteúdos que serão abordados ou registros feitos em papéis com séries de objetivos a serem cumpridos, é mais amplo do que isso. È entender e identificar quando é preciso mudar, planejar novamente. É compreender que esse perpassa também sobre os sujeitos que fazem parte do espaço escolar, como os desafios que surgem a cada obstáculo que é vencido. Entender que os alunos têm suas peculiaridades, alguns são mais motivados que outros, mais participativos que outros, além da indisciplina de alguns ou de grande parte dos estudantes na sala de aula.
A respeito da indisciplina Grossi (2009, p.10) destaca que o essencial é chegar às verdadeiras causas, que incluem enxergar o que a escola está oferecendo a todos os alunos, para fazer com que a disciplina deixe de ser esse fantasma enorme que assombra nossas salas de aula e se torne o que de fato é: uma manifestação natural das crianças e jovens, que pode ser controlada.
Acredito que a princípio os professores juntamente com a direção da escola devem trabalhar em conjunto para discutir questões relacionadas à moral e ao convívio social através de atividades lúdicas que envolvam um ambiente de cooperação. Claro que não há uma solução fácil e imediata. O comportamento indisciplinar do aluno deve ser analisado, se necessário com auxílio de um especialista, de maneira a verificar qual a causa e não agir somente sobre a conseqüência. Mostrar ao aluno e discutir com eles sobre as regras morais e as convencionais. Pensar sobre as ações ou medidas tomadas frente ao problema para que o aluno também não sofra transgressões. Conquistar a autoridade com saber e consequentemente o respeito do aluno. Agir na hora certa e com calma com a finalidade de incentivar e respeitar a sua autonomia.
Por fim, a docência consiste em trabalhar com informações e habilidades
compostas por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, que resultará na consolidação proporcionada pelo exercício da profissão, fundamentando-se em interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética, sensibilidade afetiva
e estética. Esse processo deverá constituir-se em múltiplos olhares, em embasamento teórico-científico, relacionados à vida cotidiana, a cultura, a arte, leitura e entendimento das relações sociais, étnico-raciais, políticas, econômicas, além do próprio processo educativo.
compostas por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, que resultará na consolidação proporcionada pelo exercício da profissão, fundamentando-se em interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética, sensibilidade afetiva
e estética. Esse processo deverá constituir-se em múltiplos olhares, em embasamento teórico-científico, relacionados à vida cotidiana, a cultura, a arte, leitura e entendimento das relações sociais, étnico-raciais, políticas, econômicas, além do próprio processo educativo.
Sobretudo essas questões que foram levantadas sobre os desafios da prática docente devem ser sistematicamente avaliados nessa cadeia de desafios que é o processo de ensino e a aprendizagem. A família e a comunidade devem participar desse processo acompanhando a trajetória junto à escola, pois com mais investimento e autonomia é possível alcançarmos, o que todos nós esperamos: o aprendizado e consequentemente o sucesso escolar.
A escola é um espaço sócio-cultural. Processo contínuo de humanização, que desempenha um papel importante e ativo de construção social, onde os sujeitos, que dela fazem parte, os professores, alunos, funcionários, contribuem para sua dinâmica e problematização. Sendo enfim, um multiplicador e potencializador, dos aspectos que envolvem a construção social e o exercício da cidadania.REFERÊNCIAS
· AMORIM, Antônio. A nova LDB: Lei Nº 9.394/96. Análise e Aplicação. Editora Portifolium. Salvador: 1997.
· BORBA, Ângela. A sala do 1º ano. Nova Escola: A revista de quem educa. Reportagem especial: Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. Quadro atual, Currículo, Rotina. Como eleger os conteúdos e organizar o dia a dia das crianças de 6 anos que chegam à escola em 2010. Editora Abril. Ano XXIV. Nº 225. Setembro 2009.
· BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretora de concepções e orientações curriculares para Educação Básica, Coordenação-Geral do Ensino Fundamental. Ensino Fundamental de Nove Anos: Passo a passo do processo de implantação. Brasília: 2009.
· CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil. Leitura crítica-compreensiva: artigo a artigo.16ª edição. Editora Vozes. Rio de Janeiro: 2009.
· CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Ensinar a ensinar. Didática para a escola fundamental e média. Editora Pioneira Thompson. São Paulo: 2002.
· DAYRELL, Juarez Tarcísio. A escola como espaço sócio-cultural. In: Seminário Internacional de Educação de Jovens e Adultos. Brasília, MEC, 1997.
· GROSSI, Gabriel Pillar. Indisciplina: Causa ou sintoma? Nova escola: A revista de quem educa. Editora Abril. Ano XXIV. Nº 226: 2009.
· KARDEC, Allan. Biografia de Allan Kardec. Grupo Espírita Apóstolo Paulo. 18 de novembro de 2002. Disponível em:
Visto em 10/04/11.
· LEAL, Ferraz Telma; ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de; MORAIS, Artur Gomes de. Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade, mais um ano é fundamental. Avaliação e aprendizagem na escola: A prática pedagógica como eixo da reflexão. Brasília: 2009.
· MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar? Currículo – Área – Aula. Editora Vozes. Rio de Janeiro: 1991.
· SÁ, Maria Roseli Gomes Brito de. Currículo: Concepções, campo de estudo e relações. 2010.
· SILVA, Janssen in LEAL, Ferraz Telma; ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de; MORAIS, Artur Gomes de. Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade, mais um ano é fundamental. Avaliação e aprendizagem na escola: A prática pedagógica como eixo da reflexão. Brasília: 2009.
· SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. Pós-modernidade, política e educação: Projeto Político Pedagógico. Publicado no jornal A Razão em 15/08/02. Disponível em: http://www.angelfire.com/SK/holgonsi/projeto.html
Visto em 30/04/11.
· VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento, Projeto de ensino-aprendizagem e projeto político pedagógico: elementos metodológicos para elaboração e realização. 10ª edição. Editora Libertad. São Paulo: 2002.
· VIANNA, Heraldo Marelim, A observação. Ano 2003. Disponível em: http://www.arturmotta.com/wp-content/uploads/.../10-a-observacao.doc - Visto em 25/06/11.
Autoria de PATRÍCIA ARIANE SOUZA LIMA.
RESENHA DO TEXTO POR QUE ARTE-EDUCAÇÃO? JOAO FRANCISCO DUARTE JÚNIOR. LEIAM MUITO BOM!
POR QUE ARTE-EDUCAÇÃO?
JOAO FRANCISCO DUARTE JÚNIOR.
O Capítulo 2: Adestramento e Aprendizagem, o Capitulo 3: A Educação, num Contexto Cultural e o Capítulo 6: Fundamentos da Arte-Educação do livro de João-Francisco Duarte Júnior. Por que Arte-Educação? 15ª Edição. Editora Papirus: SP, 1991. João Francisco Duarte Júnior, Doutorado em Filosofia da Educação, Mestrado em Psicologia Educacional e Graduação em Psicologia.
Os Capítulos 1, 3 e 6 do livro, ou texto 1, usa como ponto de partida informações em relação a experimentos com ratos para poder definir diferenças entre o adestramento e a aprendizagem.
O adestramento está ligado ao comportamento animal, quer dizer que o animal aprende ou adquire até mesmo um novo comportamento por questão de sobrevivência. Adaptar-se a seu ou a um novo ambiente pode fazer com que eles desenvolvam algumas habilidades que os ajudem a sobreviver.
Em relação aos seres humanos esse modelo de aprendizagem pode não ser integralmente aplicado, pois, estamos em uma dimensão biológica qualitativamente diferente, uma vez que o mundo vai muito além daquilo que está acessível aos nossos sentidos através da sua consciência, produto de sua capacidade simbólica, produto de sua palavra. Pensar dessa forma nos remete a diferençar o homem e o animal através da consciência reflexiva simbólica.
Merleau-Ponty fala no texto sobre o comportamento humano como um comportamento simbólico. Enquanto o animal reage aos estímulos físicos de seu meio, o homem age conforme o significado que ele imprime à realidade. E a linguagem é o meio pelo qual estruturamos e fundamentamos nossa existência na Terra. É através das palavras que a vida humana comporta um sentido, sendo através dela que tudo no mundo possui um sentido, um valor, significados.
O psicólogo Gendlin afirma que toda significação tem dois componentes: as experiências e os símbolos. Quer dizer que, procuramos nomear, conceituar ou explicitar simbolicamente nossas experiências e até mesmo compará-las.
A aprendizagem humana permite abstrair das nossas experiências, o seu significado para enfrentar novas situações baseadas em experiências passadas, por esse motivo o seu papel de aprendizagem se dá por dois fatores: as vivências (o que é sentido) e as simbolizações (o que é pensado).
A linguagem é utilizada pelo homem como instrumento básico de ordenação, significação, fenômeno essencialmente social.
A criança é socializada quando adquire uma linguagem de acordo com o processo educacional primário chamado de socialização determinada com a personalidade cultural em que está inserida.
O processo educacional evolui desde a transmissão direta do saber, entre os primitivos, até a criação das escolas, entre os civilizados. O processo civilizatório com profundas e radicais transformações na sociedade implicou e implica consigo divisões fundamentalmente econômicas e conseqüentemente também uma divisão social do saber de forma é claro desigual. O conhecimento transmitido através da escola, de acordo com o texto, é desvinculado da vida concreta dos alunos, de situações vividas por eles e de separações entre as emoções e as experiências da razão e do pensamento.
A personalidade humana, em destaque a sociedade moderna estão fundamentadas entre o sentir e o pensar, entre a razão e as emoções.
A civilização ocidental toma como base três indicações:
· A primazia da razão – A razão tem o poder de solucionar qualquer problema proposto pela ciência.
· A primazia do trabalho – Deve-se trabalhar incessantemente para a produção de bens.
· A natureza infinita – Acredita-se que a natureza no qual são retiradas as matérias-primas é inesgotável.
O texto indaga a falta de vínculo da razão com elementos lúdicos mais envolvidos com os sentidos, com as emoções, em relação ao conhecimento e a educação. A partir desse momento o autor faz-nos pensar no que ele propõe e chama de arte-educação.
A arte é a forma no qual podemos expressar nossos sentimentos e também um meio de desenvolvimento a outros processos racionais e á educação.
A arte-educação tem como pretensão no processo de formação do homem, destacar a arte como veiculo educacional fundamentalmente para dar sentido à vida. Sua finalidade está muito além de uma simples apreciação, mas sim, no valor e na relação que se da entre a razão e a emoção, no que sentimos e no que percebemos.
Sobretudo como menciona Junior (1991, p. 77) a arte mantém acesa a imaginação e a utopia – um projeto de futuro.
AUTORA DA RESENHA: PATRÍCIA ARIANE S. LIMA.
REFERÊNCIA:
· JUNIOR, João Francisco Duarte. Por que arte-educação? 15ª Edição. Papirus Editora. Coleção Ágere. São Paulo, 1991.
RESENHA DO TEXTO: PROCEDIMENTOS NAS OFICINAS DE TRABALHO VIOLA SPOLIN. MUITO INTERESSANTE!
PROCEDIMENTOS NAS OFICINAS DE TRABALHO
VIOLA SPOLIN
O capítulo 2: Procedimentos nas oficinas de trabalho do livro Improvisação para o teatro de Spolin: SP, Perspectiva de 1982. Spolin é de cidadania norte-americana, autora e diretora de teatro.
Esse texto nos remete a pensar num sistema de trabalho, um esquema de procedimentos com o objetivo de juntar informações e experiências para que possamos compreender o teatro em seus modos de produzir resultados conscientes ou inconscientemente como um sistema. É claro que em alguns professores-diretores considerados altamente habilitados, isto é tão intuitivo que eles não têm fórmulas.
Esse capítulo do livro pretende ainda compreender o processo orgânico que faz com que, o teatro se torne vivo. Um dos meios que podemos encontrar para sua vitalidade é a improvisação da cena. A improvisação nasce do encontro e na coesão de um ator atuando com o outro e na atuação do presente, que esta em constante transformação. A qualidade da improvisação está na vitalidade empregada pelos alunos e no processo no qual eles estão atravessando e experienciando com a espontaneidade, crescimento orgânico e resposta intuitiva.
É importante salientar que o professor-diretor deve organizar o material para treinamento das convenções do teatro e como podemos todos permanecer fora da rotina e encontrarmo-nos no campo do ainda desconhecido. Quer dizer que o professor diretor deve manter um duplo ponto de partida em relação a si mesmo e aos alunos:
- Observar a manipulação do material apresentado;
- Ser cuidadoso e examinador para verificar se o material está atingindo um nível de resposta mais profunda: o intuitivo.
Para evitar que a palavra, intuitivo, torne-se vazia, propomos que entendamos como área de conhecimento que está além das restrições do intelectualismo. É ao invés disso a liberdade da mais pura humanidade que esta dentro de nós e de nossos alunos. Spolin completa ao dizer que dessa forma, não haverá o perigo de que o sistema se torne em um sistema.
Os problemas que por ventura podem surgir ou que podem ser levados para os alunos solucionarem são usados nas oficinas de trabalho como técnica de solução de problemas e dá um foco objetivo mútuo ao professor e ao aluno. Isso faz com que o professor e o aluno ou vice-versa passe pelo outro somente para aprender, criando uma dependência entre os dois.
A técnica de solução de problemas proporciona a ambos o contato direto com o material, desenvolvendo o relacionamento e tornando a experiência possível para que as pessoas trabalhem juntas. Essa técnica evita a crítica do professor em termos de aprovação/desaprovação e de que o aluno ou o aluno-ator mantenha-se em velhos quadros de referência, com comportamentos e atitudes imutáveis.
A solução de problemas estimula o questionamento dos procedimentos em momento de crise e mantém todos os participantes abertos para a experimentação, até mesmo por que não há um momento certo ou errado de solucionar os problemas, sendo assim, o trabalho contínuo e a solução dos problemas abre cada um para sua própria fonte e força.
O professor-diretor é o líder do grupo, tornando-se o diagnosticador. Ele deve sempre estar em alerta para trazer novos problemas de atuação para solucionar qualquer dificuldade que possa aparecer, desenvolvendo suas habilidades para descobrir aquele problema que funcionará mais exatamente para o aluno.
O ponto de concentração nesse sentido libera a força grupal e o gênio individual O seu uso pode ser variado e nas oficinas de trabalho ele ajuda a explorar segmentos que sejam complexos. Dá o foco que proporciona o desbloqueio do aluno em trabalhar diante de uma crise, na medida em que elas aparecem, enfrentando aquilo que se apresenta, sem hesitar. Permite ao aluno a capacidade de envolvimento com o problema e relacionamento com seus companheiros na solução do problema. Atua como catalisador entre um jogador e outro, entre jogador e o problema. O foco usado na solução de um problema libera o aluno para a espontaneidade, levando-o para uma experiência mais orgânica do que cerebral, tornando possível a percepção e atua como um meio para chegar ao intuitivo, uma vez que se quebram as paredes que os separam do desconhecido de nós mesmos e dos outros. A combinação de indivíduos focados e envolvidos mutuamente cria o relacionamento verdadeiro, o compartilhar de uma nova experiência, assim a energia individual é liberada, a confiança é gerada, a inspiração e a criatividade aparecem quando todos jogam e solucionam o problema juntos.
Para que o Ponto de concentração se torne parte integrante de nós mesmos e de nosso trabalho, requer tempo, desistir do que nos é familiar, embora reconheçamos o seu valor.
Alguns alunos podem demonstrar resistência em trabalhar com a concentração e não será capaz de improvisar por ter um problema disciplinar, já que a improvisação é a abertura para entrar em contato com o ambiente e permitir que os outros atuem sobre a realidade presente, como num jogo. Essa resistência pode ser superada quando o aluno perceber que o modo de trabalho não é uma ameaça a ele, nem a sua individualidade, assim sendo, resultará em maiores habilidades teatrais e num auto-conheciemnto mais profundo.
A avaliação se realiza depois que cada time terminou de trabalhar com um problema de atuação. É o momento para estabelecer um vocabulário objetivo e comunicação direta, tornada possível através de atitudes de não julgamento, auxílio grupal na solução de um problema e esclarecimento do Ponto de Concentração. Quando o aluno se entrega a uma nova experiência, ele confia no esquema e dá um passo ao encontro do ambiente.
A confiança mútua torna possível para o aluno empenhar-se na realização de uma boa avaliação. O tipo de avaliação feita pelo aluno da platéia depende da sua compreensão do Ponto de Concentração e do problema a ser solucionado.
A avaliação deve versar sobre o que realmente foi comunicado, não sobre o que foi preenchido, não é uma interpretação pessoal sobre o que deveria ser feito.
Quando o aluno da platéia compreende seu papel, passam de observadores passivos a participantes ativos no problema.
A instrução dá auto-identidade e age como um guia enquanto se está trabalhando com um problema dentro de um grupo. É método usado para que o aluno-ator mantenha o Ponto de Concentração sempre que ele parece estar se desviando. A instrução mantém a realidade do palco viva para o aluno-ator e faz com que o professor-diretor trabalhe com o problema junto com o aluno, tomando parte no esforço grupal.
A instrução atinge o organismo total, pois desperta a espontaneidade a partir do que está acontecendo no palco. Mantém o aluno no momento presente, no momento do processo, consciente do grupo e de si mesmo dentro dele. A instrução também é usada para terminar um exercício quando necessário.
Todos os exercícios são feitos com times escolhidos aleatoriamente, por exemplo, a formação de grupos através de contagem.
O professor ou professor-diretor é aconselhado a apresentar o problema de atuação rápida e simplesmente, esclarecendo o Ponto de concentração, não dizer o porquê que eles recebem um determinado problema, explicando brevemente o material a ser utilizado para que os alunos se descubram.
Quanto à composição física das oficinas de trabalho, o ambiente, ou seja, a atmosfera existente dentro desta composição física é propiciada, como oportunidade para desenvolvimento de habilidades com experiências teatrais. A atmosfera durante as oficinas de trabalho deve sempre ser de prazer e relaxamento. Espera-se que os alunos-atores absorvam não somente as técnicas obtidas na experiência de trabalho, mas também os climas que os acompanham.
Os alunos ou alunos-atores devem tomar suas próprias decisões e compor seu próprio mundo físico sobre o problema que lhes é dado. Os jogadores criam sua própria realidade teatral e tornam-se donos de seus destinos, por assim dizer.
O sentido de tempo é dado para que haja uma relação entre tempo, concentração, produção e resultado. A instrução do tempo tem como objetivo determinar o tempo para que resolvam os problemas, dando um sentido intuitivo de ritmo e percepção.
Faz-se necessário nesse processo, evitar rótulos, pois permite libertar o ator e compartilhar o seu próprio modo original. Impor um rótulo antes que seu significado orgânico esteja completamente compreendido evita a experimentação direta e não há dados para analisar. O rótulo impede o processo.
Deve-se evitar o Como, o pré-planejamento, pois, resulta na continuação de seus velhos padrões de trabalho. O verdadeiro desempenho abre os jogadores para experiências mais profundas. O pré planejamento é necessário até o ponto em que os problemas devem ter uma estrutura. A estrutura é o onde, quem e o quê, mais o Ponto de Concentração. É o campo sobre o qual o jogo se realiza. Como o jogo será encaminhado só pode ser conhecido depois que os jogadores estiverem em campo.
Sobretudo, esse capítulo apesar de abordar aspectos relativos à arte, o teatro especificamente, é possível levarmos alguns pontos abordados nesse capítulo para outras realidades sociais, outros âmbitos da nossa vida, no qual o professor-diretor ou o aluno-ator poderiam ser substituídos por aluno e professor numa escola, por exemplo, ou poderiam assumir outros papéis sociais. Esse capítulo é muito interessante por nos permitir refletir a importância das oficinas de trabalho. Essa proposta que Spolin traz é pertinente para que nos conscientizemos que é possível o aprendizado utilizando a arte como instrumento norteador e de contribuição também em propostas pedagógicas.
AUTORA DA RESENHA: PATRICIA ARIANE S. LIMA.
AUTORA DA RESENHA: PATRICIA ARIANE S. LIMA.
REFERÊNCIA:
· SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro: Capítulo 2, Procedimentos nas Oficinas de Trabalho. SP – Perspectiva, 1982.
terça-feira, 5 de julho de 2011
JOGOS EDUCATIVOS ACESSEM MUITO INTERESSANTE.
Jogos educativos de português, matemática, ciências para brincar e se divertir!!
http://www.discoverykidsbrasil.com/jogos/rapidez_e_destreza/nivel_avancado/sete_erros/
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